Que capacidades trabalhamos?
NA MAR-CHA OPTAMOS POR TRABALHAR SEIS CAPACIDADES.
Capacidade de autonomia
Uma pessoa capaz de ser ela mesma, que leve a sua vida nas mãos. Uma pessoa livre paraexpressar-se e relacionar-se.
- Quero conhecer-me e ter um auto conceito ajustado.
o Experimentar a minha vida como única, recebida de meus pais e de Deus,
o Viver em contacto com a verdade,
o Conhecer as minhas emoções, aceitá-las e saber analisá-las e orientá-las de forma positiva,
o Conhecer as minhas necessidades e atendê-las adequadamente
- Quero cuidar de mim.
o Fisicamente, adquirindo hábitos saudáveis: alimentação, exercício físico,…
o Emocionalmente e espiritualmente:
integrar as minhas frustrações, ressentimentos e perdas;
viver a minha afectividade e sexualidade livremente para ter boas relações,
viver o tempo livre como oportunidade de crescimento pessoal.
- Quero confiar em mim mesmo/a e reconhecer--me como um ser único, irrepetível.
- Quero ser capaz de “tomar a vida nas minhas mãos”, isto é, pôr em jogo a minha vontade ao serviço do projecto do meu crescimento:
o Ser capaz de dizer sim ou não, de ter os próprios valores, critérios e projectos;
o Ser capaz de fazer as minhas próprias sínteses nos diferentes aspectos da vida e de questionar criticamente o que recebi,
o Ser capaz de se pôr a caminho, em processo de crescimento, em fidelidade ao mais profundo de si mesmo/a.
Capacidade de alteridade-fraternidade
Cremos na capacidade da pessoa para sair de si mesma e de estar aberta ao ENCONTRO com as outras pessoas e com Deus. Só quem saiu de si mesmo/a poderá experimentar o Amor na vida. Quando a pessoa experimenta que é filha de Deus e começa a ver os outros com olhos de misericórdia começa a reconhecê-lo como irmão.
Uma pessoa capaz:
- De estar em grupo, relacionar-me e participar no grupo,
o Desenvolver e utilizar as minhas habilidades sociais básicas,
o o Dialogar, comunicar, pôr-se no lugar do outro e de ter empatia para com ele:
* Escutando-o e entendendo-o;
* Acolhendo-o e compreendendo-o;
* Descobrindo as suas necessidades e entendendo-o desde a sua dignidade.
- De descobrir as relações como lugar de crescimento, de liberdade e de interdependência:
o Gerir os conflitos de modo que não haja vencedores nem vencidos;
o Ter relações desde a intimidade e expressar as minhas vivências pessoais;
o Desejar confrontá-las com os outros;
o Abrir-me ao amor e implicar-me na construção de boas relações;
o Perceber os conflitos nas relações a partir da reconciliação, do perdão e da aprendizagem;
o Fomentar o sentido da pertença a um grupo e de ter o sentido de responsabilidade colectiva;
o Passar da alteridade a relações de fraternidade, de viver em comunhão e de criar comunidade;
o Aproximar-me dos que são diferentes e distantes;
o Participar activamente em projectos de solidariedade periodicamente;
o Assumir a própria solidão.
Capacidade de ser bons cidadãos
Marcelino Champagnat falava que a educação marista procura formar “bons cidadãos”. Com esta capacidade queremos desenvolver na pessoa os aspectos que têm a ver com uma boa disposição (implicação, compromisso) a viver no seu ambiente natural (ecologia), social (solidariedade) e político, a cuidar e construir a “aldeia global”.
Tornar-me uma pessoa capaz:
- De conviver:
- Assumir as normas básicas da convivência social e de ter “boas maneiras”;
- Identificar os preconceitos nas relações.
- De ver a realidade:
o Aproximar-me do meu próximo para o conhecer;
o Estar atento para ver e escutar o que me rodeia (natural e social);
o Ser sensível para captar em profundidade aquilo que o envolve;
o Ir mais além da análise superficial da realidade.
- De valorizar:
o O ambiente natural e toda a vida, a diversidade cultural.
- De implicar-me:
o Sendo compassivo/a e misericordioso/a,
o Dando respostas concretas às necessidades detectadas à minha volta tomando opções socio-políticas e eclesiais,
o Cuidando com carinho a “aldeia global” e os que vivem nela;
o Dando a minha participação democrática;
o Vivendo simplesmente e trabalhar para um desenvolvimento sustentável.
Capacidade de reconhecer-se como filho(a) amado(a) de Deus
Chegar a reconhecer-se filho/a amado/a de Deus significa chegar a descobrir-se ligado a uma realidade mais além de si mesmo,
Desenvolver a capacidade de:
- Abertura ao sentido pluridimensional da vida:
o Cultivando a capacidade de admiração e de assombro.
o Cultivando a sensibilidade e a estética
o Cultivando o sentido do humor e do gratuito;
- Descobrir e reconhecer os símbolos que expressam a densidade da vida e aprender a expressar-me com eles;
- Reconhecimento e celebração do gratuito, do recebido, dos dons da vida em múltiplas expressões;
- Perguntar-me pelos porquês de algumas vidas;
- Esperança e confiança fora de mim mesmo, e para além de mim mesmo. De abandono frente ao querer controlar tudo;
- Atender à intuição e arriscar-se a segui-la;
- Abertura ao Deus de Jesus:
o Cultivando a capacidade de oração meditação,
o Cultivando a capacidade de viver o momento presente,
o Descobrindo em Jesus o Filho Amado,
o Aprendendo a ler os sinais da sua presença em Maria, Champagnat e nas outras pessoas;
o Cultivando a sensibilidade para partilhar com os outros a experiência religiosa, alimentá-la e celebrá-la juntos;
o Tomar consciência de pertencer à comunidade cristã.
Capacidade de viver com sentido-vocação
Queremos contribuir para que a pessoa encontre o seu lugar no mundo e desenvolva a sua capacidade de viver com sentido e de acordo com a sua vocação mais profunda, de tal modo que possa encontrar sentido à vida em qualquer circunstância e viva as suas relações e trabalho de forma satisfatória, como oportunidade de expressão e de criatividade. Cremos que Deus inscreveu no mais profundo do que estamos chamados a SER e guarda para nós uma missão, a partir do AMOR e para o AMOR.
Desenvolver a capacidade de:
- Ler as minhas experiências,
- Discernir;
- Conhecer as minhas qualidades e os meus limites;
- Crer nas minhas capacidades
- Cultivar as minhas qualidades juntando os meios apropriados;
- Sonhar e ter ideais para que a vida e o mundo sejam melhores;
- Colocar-me perguntas;
- Valorizar as pessoas que vivem com sentido e de acordo com a sua própria vocação;
- Luta e superação dos meus fracassos;
- Reconhecer o que me apaixona;
- Escutar as chamadas, as interpelações e as necessidades dos outros;
- Arriscar e deixar a comodidade daquilo que já conheço;
- Realizar um projecto de vida evangélica, no amor, que seja Boa Notícia para mim e para os outros: uma vocação para a missão;
- Unir-me a outras pessoas para levar por diante este projecto;
- Escolher um modo de estar no mundo.
Capacidade de interioridade
Cremos na pessoa que é capaz de despertar para a vida interior e que mergulha as suas raízes na Vida de Deus.
Uma pessoa capaz:
- De conceder-me tempos e espaços para parar;
- De permanece em silêncio, como marco para uma boa escuta, de mim mesmo, dos outros e de Deus;
- Escutar:
o O meu corpo, as minhas emoções, os meus pensamentos
o A minha realidade mais profunda
o Os ecos que produzem os acontecimentos e as pessoas em mim
o As perguntas e as incertezas
- De estar em solidão e vivê-la de forma serena;
- De reler com calma as próprias experiências;
- De fazer-me perguntas e discernir o que é que está a acontecer e me está a acontecer;
- De ser capaz de usar uma linguagem que me permita expressar o meu mundo interior.